quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Outro antigo

Aqui, nessa tela de computador, um só pensamento me toma: Talvez eu tenha perdido o meu maior talento. Talvez eu nunca mais consiga me expressar. Porque eu realmente não sei como me expressar senão escrevendo. Nunca fui boa em esportes, não sei cantar nem tocar instrumentos, não posso imaginar como desenhar bem. Nem tirar fotos direito eu sei. Um pânico me toma, como se algo estivesse errado. Muito errado. O que será de mim sem escrever? A vida toda fui elogiada pela escrita fácil e criativa. Mas agora parece que tudo se dissipou. Tem como perder um talento assim tão rápido? Achei que escrever era com andar de bicicleta: Uma vez que se aprende, nunca mais se esquece. Mas parece que não. Meu fruto de criatividade não está sendo regado; simples, não tenho histórias pra contar. Nem muito boas, nem muito ruins. Ninguém é famoso por escrever sobre a mesmice, ou como eu estou fazendo, por ter esquecido do que antes achava ser um talento.

Tão antigo...

Meus olhos verdes se fixam num papel. Talvez uma coisa insignificante pra quem olhasse de fora. Mas é o meu papel, eu penso. O NOSSO papel. O papel que eu tanto queria que estivesse no seu coração agora. Mas fundo. Bem fundo. Pra que nada possa tirar, como eu acredito que já foi retirado. Nesse papel eu exprimo as poucas coisas que consigo dizer pra você. São pouquíssimas, tenho que tomar cuidado pra não pecar nas palavras. Porque você pra mim é assim: um cuidado constante. Eu não sei como viver com esse turbilhão de emoções, mas descobri da pior forma que não sei viver sem. Talvez viver no passado, como nesse papel, não seja a melhor solução. Mas é a unica que eu encontrei. Eu sei que estão te tirando coisas que não deviam estar. Mais que tudo isso, estão tirando tua alma. Teu coração. Esse coração que eu tanto precisei ouvir bater para sobreviver. Mas esse papel, esse papel nunca vão me tirar. Porque nesse papel estão reservados meus sentimentos. E meus sentimentos por você, infelizmente, não podem ser rasgados como o papel.



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

É tudo

Nunca pensei que se tornaria tão forte assim. Não sei em qual parte da minha vida que me perdi, porque nunca imaginei que estaria escrevendo isso pra você. Não assim. Não desse jeito. Não pra você. Nunca pra você. Parece um tanto bobo. Amor de ídolo é bobo, não é isso que dizem? Mas pela minha banda preferida, ah, isso é diferente. Lógico que gosto deles pelo que são, mas conheci pelas músicas, e importando não quem eles forem e o que fizerem, se me contentarem com as músicas, para mim está bom. Mas isso não é sobre eles, por incrível que pareça. Não, esse é pra você, Federico Devito. O tal nome que meu pai, minha mãe, meus irmãos e meus amigos não aguentam mais ouvir. "Ele nunca vai saber que tu existe", "tu só gosta dele porque ele é bonito", "ele não tá nem aí pras fãs", "como tu é fã desse cara?", são as frases mais comuns de escutar. Juro que há uns 11 meses atrás, eu acharia meio forçado ler alguém explicar desse jeito pra mim, como é gostar de um ídolo. Mas agora eu vejo que tudo é real. Que qualquer coisa que eu escrevesse aqui parecia forçado, clichê ou mentira. E não é isso que eu quero que pareça. Não vou dizer que é pra sempre, bateria no clichê mais uma vez. E também não vou ser ingênua, não vou estar casada sendo tão fervorosa por um menino (que não vai mais ser menino) 4 anos mais velho que eu. Mas eu, com certeza, vou me lembrar com nostalgia daquelas épocas de amor incondicional com 14 anos, e irei procurar seus postêres, ouvir as músicas que você gostava, me lembrar de suas piadas, e irei rir sozinha feito boba, como faço agora quando você fala qualquer bobagem.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Defeitos.

Eu sei que ás vezes você chega em casa e tudo o que quer é gritar, chutar tudo e não falar com ninguém. Sei que ás vezes você desconta em quem não tem nada a ver com isso. Sei que você vive falando que tem que emagrecer, mas come feito louca escondida. Sei também que você não consegue se controlar a não falar mal dos outros ás vezes. Sei que você é hipócrita como ninguém é. Sei que ás vezes você se finje de coitadinha. Sei também, que você algumas vezes não fala a verdade. Claro que algumas vezes você não pode contar mesmo, mas que a maioria é em benefício próprio. Ás vezes também você conta segredos que não deveria para os outros. Você ri de quem tropeça na rua, ou daquela pessoa que não fala nada certo. Você escuta músicas que tem duplo sentido. Você põe o pé pra alguém tropeçar. Você consegue enganar a sua professora dizendo que fez o tema. Você cola em provas daquele seu amigo que virou a noite estudando. Você fala mal do ídolo dos outros mas quando é do seu fica braba até o outro pedir desculpa. Quando alguém percebe os seus defeitos, você lança mão do "ninguém é perfeito". Mas lá, sozinha, em sua casa, ser perfeita é o que você mais quer.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Como se agora não existisse mais ninguém...

Magoada, ela se distancia do grupo onde estavam.
- Ei, o que aconteceu? - Disse ele, a puxando pela cintura.
- É só que... não tem mais como continuar assim, ninguém retribui meus sentimentos. Estou cansada de desilusões amorosas.
- Eu retribuo seus sentimentos. Eu gosto de você como você é. - Ele enxugou uma lágrima de seu rosto.
- Obrigada. Mas é que... É difícil. Você é o único que me diz essas coisas. Porque você é um personagem que eu criei em minha cabeça para me satisfazer.
- E como você sabe que eu sou só coisa da sua cabeça?
- Porque nunca um cara perfeito como você viria falar comigo. Nunca.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Eu.

Sete letras. Não, não é Eu te amo. Espere, estou dando um tempo para você contar que eu te amo tem sete letras. Mas enfim, não é isso. Essa sou eu. I-S-A-D-O-R-A. Complicada e perfeitinha seria um tanto idiota perto de um cerébro com tantos pensamentos como eu. Ok, cerébro ficou ruim. Seria um tanto idiota perto de uma pessoa com tantos pensamentos. Ás vezes eu penso que deveria parar de pensar um pouco. Mas aí, já estou pensando e me incomodando, logo desisto. Me encanto com sorrisos tímidos, brincadeirinhas sem graça e fofuras sem explicação. Choro fácil. E como choro. Já chorei mais, bem mais. Mas já chorei menos, bem menos. Tenho músicas pra cada estação. Se é inverno, escuto rock. Primavera, lá vou eu pras músicas da moda. No verão, troco para reggae e coisas relacionadas a praia. O outono volta, e é sertanejo que toca no meu rádio. Assim como as estações, eu mudo bastante. Ao mesmo modo, não mudo nunca. Todos me acham alguém extremamente decidida. Ninguém sabe toda a confusão que mora aqui dentro. Não gosto e amo o meu cabelo. Se eu tivesse uma doença psicológica, com certeza seria bipolaridade. Mudo de humor a cada dois minutos. Me estresso com qualquer bobagem. Mas no fundo, sou alguém muito, muito doce. Alguém que acredita em finais felizes. Em para sempre. Em amor a primeira vista. Em sonhos irrealizáveis. Alguém iludida pelos filmes e livros, e o pior: felizmente iludida. Se estou ansiosa para que algo aconteça, estou feliz. Quando algo que eu queria muito passa, começo a contar os dias para outra coisa. Se não tem, eu invento. Gosto de ir em festas, mas mesmo reclamando, adoro ficar no twitter na madrugada de sábado, escutando as minhas "músicas de madrugada". Sou fácil de agradar. Mas muito fácil de desagradar também. Não vivo sem os meus amigos. Sem a minha família. Tenho alguns ídolos de anos e outros de meses. Alguns são fúteis. Outros não. Viro bicho se falarem mal deles. Meu gosto musical é bastante variado. Gosto de ser rebelde, mas gosto mais ainda de ser certinha. Não me incomodo comigo mesma, porque se me incomodasse, só seria mais eu. Tenho auto-estima baixa, e as vezes isso me põe muito, mas muito pra baixo. Sou viciada em computador. Pago de forte, mas no fundo, tudo que quero, é um sorriso bonito, algumas palavras doces, e a razão para muitas, mas muitas lágrimas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Uma centelha de falsas emoções

As coisas não acontecem na mesma velocidade dos pensamentos. Muito menos das vontades. Muitas vezes, me considero muito mais pra frente, nas situações que ainda não aconteceram. Já sei o que dizer, o que pensar, o que fazer, como agir e para o que olhar. Sei como se deve rir, gritar e fazer piadas pra qualquer situação. Talvez eu saiba até chorar, quando essas determinadas situações aconteçam. Embora, se não acontecerem, terei gastando o meu tempo em falsas emoções, simplesmente prevendo o que não vai tornar em realidade. Nesse momento, percebo que já me acostumei a fazer isso. Sei exatamente como vou agir em todas as situações possíveis. Mas vem a vida, e torna essas situações idênticas, mas diferentes. Ou seja, o resultado é igual, mas o processo muito, mas muito diferente. E eu, que acho sempre saber o que fazer todas as situações possíveis, não sei como agir. Não sei nem o que pensar, no determinado momento. Na verdade, paro de pensar nessas horas. Porque afinal, estou pensando em como tudo que eu queria está acontecendo, mas de um jeito diferente. Assim como esse texto, que eu achei que terminaria de um jeito, e vai terminar de outro. Na verdade, vou abrir uma exceção e deixar que termine do jeito que eu imaginava lá no começo do parágrafo, afinal, meus pensamentos tem de ser agradados as vezes. Terminarei com a frase do ínicio. Uma centelha. Uma centelha de falsas emoções.